VIDE BULA – Mitos e Verdades da Indústria Farmacêutica


A diferença é sutil, mas importante. E mesmo entre os medicamentos há divisões que ajudam a entender melhor cada atuação no organismo

Quase todo mundo pensa que medicamento e remédio são sinônimos. Isso não é verdade. O termo “medicamento” refere-se a uma substância utilizada para tratar, prevenir ou diagnosticar doenças, cuja produção segue, obrigatoriamente, padrões de segurança, eficácia e qualidade exigidos por órgãos reguladores. É um produto preparado em indústrias farmacêuticas (e, em fórmulas mais simples, em farmácias de manipulação) e possui eficácia comprovada cientificamente após passar por rigorosos estudos clínicos. Isso inclui não apenas fármacos, mas também vacinas e terapias biológicas.

Já “remédio” é um termo mais amplo, que pode se referir a qualquer solução utilizada para aliviar sintomas ou curar doenças, incluindo medicamentos, porém engloba também tratamentos caseiros ou outras abordagens não regulamentadas. No caso de remédios, não existe a necessidade de estar em conformidade com as exigências do Ministério da Saúde. Uma massagem para diminuir tensões, um chá caseiro, balas de gengibre para aliviar a dor de garganta ou até compressas quentes podem ser definidos como remédios.

É por isso que todo medicamento é considerado remédio, mas nem sempre o remédio é um medicamento, no sentido técnico. E mesmo entre os medicamentos há diferenças. Eles podem ser classificados de diversas formas e uma das principais é por nível de controle, que distingue os prescritos – aqueles que só podem ser adquiridos por ordem médica – e os medicamentos isentos de prescrição, entregues ao consumidor sem a exigência de receita.


Os medicamentos também são classificados por função:

  • Profiláticos: ajudam a evitar doenças, tal como soros, vacinas, complementos vitamínicos e antissépticos.
  • Curativos: eliminam a causa ou corrigem uma função corporal deficiente. 
  • Paliativos: aliviam sintomas como dor, febre, vômito e ansiedade, mas não eliminam a causa. Anti-inflamatórios, ansiolíticos e calmantes fazem parte desse grupo.
  • De uso específico para diagnósticos: utilizados para detectar doenças, como os contrastes radiológicos (renal, hepático e digestivo) e compostos para o diagnóstico oftálmico.


Quando um doente compreende como o medicamento vai atuar em seu organismo, a probabilidade de seguir as orientações médicas é maior, e isso afeta as chances de sucesso do tratamento. Dividir os compostos por modo de ação é uma das mais importantes categorizações. Os principais grupos nesta abordagem são:

Analgésicos – Usados para aliviar a dor e reduzir a febre. Podem ser simples, como a dipirona e o paracetamol, ou mais potentes, como os opioides.

Anti-hipertensivos – Medicamentos prescritos para evitar a hipertensão (pressão alta).

Anti-histamínicos – Indicados para tratar alergias e condições relacionadas, bloqueando a ação da histamina, um mensageiro químico produzido pelas células que regulam a resposta imunológica.

Anti-inflamatórios – Usados para reduzir a dor e a inflamação.

Broncodilatadores – Medicamentos que abrem as vias aéreas nos pulmões, tratando condições como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Corticoides – Indicados para reduzir a inflamação no corpo e suprimir o sistema imunológico em várias condições, como artrite e doenças autoimunes.

Diuréticos – Medicamentos que ajudam na eliminação de sódio. Eles atuam no processo de filtração e reabsorção de água e sais, aumentando a quantidade de urina produzida pelo organismo.

Antibióticos – Indicados para curar infecções bacterianas.

Antiácidos – Usados para neutralizar o ácido no estômago, ajudam a aliviar os sintomas de azia, indigestão ou refluxo gástrico.

Psiquiátricos – Medicamentos que tratam distúrbios mentais, como depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno bipolar.

Sedativos – Usados para induzir sedação e relaxamento.

Anticoagulantes – Reduzem a formação de coágulos sanguíneos. São usados para prevenir e tratar condições como a trombose venosa profunda (TVP); embolia pulmonar (EP); e acidente vascular cerebral (AVC).

Anticolinérgicos – São medicamentos que conseguem bloquear a ação da acetilcolina, um neurotransmissor encontrado no sistema nervoso que atua no controle do movimento e na regulação da memória, aprendizado, atenção e sono. Podem ser prescritos nos tratamentos da doença de Parkinson, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, problemas gastrointestinais e bexiga hiperativa.

Anticonvulsivantes – Usados para tratar convulsões em pessoas com epilepsia ou outras condições neurológicas. Eles ajudam a estabilizar a atividade elétrica no cérebro.

Antieméticos – Previnem ou tratam náuseas e vômitos. São frequentemente indicados a pacientes que estão passando por quimioterapia ou cirurgias.

Antiarrítmicos – Tratam arritmias cardíacas, regulando o ritmo do coração.

Antifúngicos – Usados para tratar infecções fúngicas.

Glicocorticoides – São fármacos prescritos, principalmente, como imunossupressores e anti-inflamatórios. Tratam uma variedade de condições autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide.

Inotrópicos – Usados para aumentar a força de contração do coração, são comumente receitados em condições como insuficiência cardíaca.

Trombolíticos – Sua função é dissolver coágulos sanguíneos em condições como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.

Vasodilatadores – Eles abrem os vasos sanguíneos, permitindo que o sangue circule com maior facilidade, o que pode diminuir a pressão arterial. Tratam hipertensão, insuficiência cardíaca e angina.

Vasopressores – São medicamentos que estreitam os vasos sanguíneos, conseguindo assim aumentar a pressão arterial em condições de emergência, como choque séptico.




Fontes:

https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/inovacao_medicamentos/remdios_e_medicamentos.html

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/o-que-devemos-saber-sobre-medicamentos.pdf