90% dos brasileiros acreditam na importância das vacinas e 57% afirmam ser “muito importantes” para a saúde pessoal, da família e da comunidade. Além disso, 72% “confiam muito” (33%) ou “confiam” (39%) nos imunizantes, e a maioria acha as vacinas “muito seguras” e “muito eficazes”. É o que mostra o “Estudo sobre Consciência Vacinal no Brasil”, pesquisa de âmbito nacional realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), sob encomenda do Conselho Nacional do Ministério Público e da Universidade de Santo Amaro (Unisa).
“O estudo ratifica dados de outras pesquisas recentes que indicam uma tendência de recuperação da confiança nas vacinas entre os brasileiros no último ano [2023], após movimento de queda observado desde 2016”, afirmam os autores nas considerações finais. “A atitude mais positiva em relação às vacinas já se reflete em resultados concretos: informações do Ministério da Saúde em dezembro de 2023 indicavam que suas estratégias tiveram sucesso e haviam começado a reverter a trajetória de declínio das taxas de vacinação, o que se evidenciou na alta de oito imunizantes do calendário infantil naquele ano”.
Mas os autores do estudo afirmam que a “hesitação vacinal” ainda é um problema que precisa ser enfrentado no país. “A despeito dos avanços e da predominante confiança na Ciência e nas vacinas, persistem entraves para combater a hesitação vacinal no Brasil e otimizar os indicadores de vacinação, voltando aos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
Crença na segurança e eficácia das vacinas
Outro dado relevante que corrobora com a confiança dos brasileiros em relação às vacinas é que 86% da população acredita que os imunizantes são “muito eficazes” e “moderadamente eficazes” na prevenção de doenças. Somente uma pequena parcela (11%) crê que são “pouco eficazes” (9%) e “nada eficazes (2%).
O contingente que aponta os imunizantes como “muito seguras” e “moderadamente seguras alcança 80%. Dos que têm opinião contrária, 14% consideram as vacinas “pouco seguras” e 5%, “nada seguras”.
Confiança na Ciência e nas vacinas permanece ou aumenta pós-pandemia
O estudo captou uma percepção geral de que a pandemia teve impacto favorável na confiança das pessoas sobre as vacinas, levando-as a se vacinar mais: 53% acreditam que após a pandemia de SARS-CoV-2 (Covid-19), as pessoas “passaram a se vacinar mais e a levar mais seus filhos para vacinar.
39% opinaram que sua confiança na ciência, nos cientistas e nas vacinas “aumentou” após a pandemia.
A inclusão da vacina contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação foi aprovada por 74% dos entrevistados.
Percepção de benefícios e algum temor de riscos
Um montante de 64% das pessoas considera “alto” o benefício das vacinas para as pessoas e comunidades; apenas 7% consideram baixo. Os principais benefícios apontados são “prevenir doenças” (69%); “evitar surtos e epidemias de doenças” (55%); e “evitar a volta de doenças que já desapareceram” (50%).
Já 21% das pessoas avaliam como “alto” o risco de tomar vacinas, com o apontamento de reações leves e/ou colaterais temporárias. E 27% dizem que já sentiram medo de se vacinar ou levar crianças ou adolescentes para tal, também relacionado com possíveis eventos adversos e aqui, no caso, medo de agulha.
Ampla confiança na Ciência e nos profissionais de saúde
Oito em cada 10 brasileiros “confiam muito” ou “confiam” nos cientistas e nos profissionais de saúde. No caso, 76% confiam nos cientistas em geral e 75% nos profissionais brasileiros.
O cenário positivo se estende aos profissionais de saúde. Os profissionais que atuam na linha de frente, tais como médicos e enfermeiros, são os que mais alcançam a confiança da população (77%).
A confiança nas instituições do setor da saúde também é alta: SUS (69%), Organização Mundial da Saúde (66%) e Ministério da Saúde (63%).
Fontes de informação confiáveis
O estudo também aborda a importância das fontes de informação confiáveis para reforçar a adesão das pessoas às vacinas: “Um dos aspectos mais relevantes associados ao tema é o grau de conhecimento a respeito [das vacinas]. Quanto maior, crescem a confiança e a adesão às vacinas. Têm papel importante as fontes de informação para reforço das opiniões e atitudes positivas ou negativas, com destaque para os profissionais de saúde e os meios digitais”.
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