O primeiro passo para viver bem com a doença é conhecer suas características e progressão
O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, sendo menos frequente apenas do que o Alzheimer. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas hoje convivam com a enfermidade, mas ela ainda é rodeada de desinformação. Quando se fala em Doença de Parkinson (DP), logo vem à mente os tremores que acometem os mebros. Entretanto, não é só isso que a define. Entre as principais dificuldades impostas pela condição está a sua natureza antissocial, já que a doença limita o andar, o falar, e em alguns casos até a expressão facial. A boa notícia é que modernos tratamentos podem retardar, e muito, o surgimento dos sintomas. O primeiro passo para viver bem com a doença é entender suas características e progressão.
O que é o Parkinson
Trata-se de um distúrbio que afeta o sistema nervoso central, principalmente os neurônios produtores de dopamina (que regulam os movimentos e o estado de humor) em uma área específica do cérebro chamada substância negra. Não se sabe a causa exata da doença. Cientistas acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais são responsáveis pelo transtorno, que é extremamente diverso. A manifestação é diferente em cada paciente, apesar da gama de sintomas comuns. O Parkinson é uma condição crônica e progressiva, o que significa que piora com o tempo. Para a maioria dos pacientes, os sinais aparecem após os 60 anos, mas cerca de 10% dos diagnósticos ocorrem antes dos 50.
Sintomas
Os sinais da Doença de Parkinson variam amplamente. Os mais característicos são tremores em repouso, rigidez muscular, perda de equilíbrio e lentidão de movimento. Mas há também uma gama de manifestações não motoras, como distúrbios do sono, depressão, ansiedade, apatia, alucinações, constipação, perda do olfato e uma variedade de deficiências cognitivas.
- Tremor
Tremor em repouso é um sinal conhecido, porém é bom destacar que nem toda pessoa que treme tem como diagnóstico a Doença de Parkinson. Tremores são normais após muito exercício, em situações de estresse ou machucado. Também podem ser causados por medicamentos ou outras enfermidades. - Dificuldade de caminhar
Rigidez na pernas e/ou braços que não balançam durante a marcha são características da doença. Os pacientes sentem seus pés “presos ao chão”. - Corpo curvado e instabilidade postural
A doença provoca dificuldade em manter o equilíbrio e o corpo parece estar curvado ou inclinado quando a pessoa fica em pé. - Mudança na caligrafia
Outro sintoma pode ser uma mudança na caligrafia, com tamanhos de letras menores e palavras amontoadas. Essa alteração é chamada de micrografia. - Voz baixa
Alguns pacientes apresentam alteração na voz, passam a falar de forma muito suave ou soar ofegante e/ou rouco. - Rosto rígido
Um olhar sério, mesmo quando não está de mau humor, com a diminuição do piscar dos olhos e da mímica facial, está presente em alguns quadros da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico não é simples e se baseia em um teste clínico visual feito por um médico. Não há nenhum exame radiológico ou laboratorial específico para detectar a condição. Os médicos recomendam eletroencefalograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra enfermidade no cérebro, portanto o diagnóstico do Parkinson se faz por exclusão, acompanhada de análise da história clínica do doente.
Tratamento
Não existe cura. Ao contrário do restante do organismo, as células do cérebro não se renovam. Ao morrer, as produtoras da dopamina na substância negra não são substituídas, mas existem opções de tratamentos capazes de combater os sintomas e retardar o progresso da doença. Eles variam de acordo com o paciente e incluem medicamentos, ajustes de estilo de vida e cirurgia.
Devido à variedade de sintomas, um conjunto de terapias, como a fisioterapia, a fonoterapia e a terapia ocupacional, ajuda a tornar o tratamento mais eficiente.
Progressão da doença
Os sintomas geralmente se desenvolvem lentamente e a progressão é diferente em cada pessoa. Na maior parte dos casos, a Doença de Parkinson não piora rapidamente. Em contraste com outras enfermidades, ela possui um curso regular e sem mudanças drásticas. O acompanhamento multidisciplinar é permanente.
Fonte:
https://www.parkinson.org.br/