VIDE BULA – Mitos e Verdades da Indústria Farmacêutica

Por Altamira Simões (*)


25 de julho foi instituído como o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no I Encontro de Mulheres Negras, em São Domingos, na República Dominicana, em 1992. O objetivo desse encontro foi discutir e encontrar soluções para os problemas enfrentados pelas mulheres negras. A partir desse encontro, surge a Rede de Mulheres Negras Afro-Latino-Americana e Afro-Caribenha e, com a posterior incidência na Organização das Nações Unidas (ONU), a data foi reconhecida como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Historicamente, as mulheres negras movimentam a sociedade brasileira na luta contra o racismo e todas as formas de preconceitos, contribuindo para ambientes seguros e acolhedores para outras pessoas negras. A luta das mulheres negras é pela valorização, reconhecimento e inclusão de seus pares – seja no ambiente do trabalho, na educação, na saúde, em toda a sociedade. A questão de raça não deve ser o elemento central que defina o acesso a direitos ou a negação deles.

O 25 de julho é um dos marcos referenciais de visibilidade, celebração e possibilidade de evidenciar o prélio das mulheres negras e oportuniza as pessoas que são aliadas no desejo de um país com equidade e justiça social. Hoje, também celebramos Tereza de Benguela, líder do quilombo Quariterê, que viveu no século XVIII, tornando-se rainha do seu povo, resistindo à escravidão por duas décadas, até a invasão do quilombo.

Susi Cleide Barros de Oliveira

Celebrar o 25 de julho é a possibilidade de destacar o percurso de outras mulheres negras, como Susi Cleide Barros de Oliveira, da Pfizer, mulher parda, mãe de três adolescentes, assistente social, trabalhadora da indústria farmacêutica por mais de 28 anos. 

Susi construiu sua carreira na área de experiência do paciente, desde o início, em 1995, chegando ao cargo de coordenadora, no qual trabalhou com a gestão de equipe e de terceiros, com projetos que a fez atuar em vários setores da empresa.

Nos últimos dois anos, Susi foi em busca da realização de outros tipos de atividades e projetos, a fim de conhecer outras áreas. 

Desta forma, ela fez uma especialização em Responsabilidade Social, “um dos melhores momentos de sua carreira”, onde ficou por 10 meses. A experiência consistia em avaliar e selecionar projetos que ofereciam impactos significativos para a sociedade, em setores como Educação, Meio Ambiente, Crianças e Adolescentes.

Por si mesma, Susi foi em buscas de outras atividades paralelas, trabalhando junto à associação de pacientes, que dentro da indústria farmacêutica é denominada de Patient Advocacy. O objetivo é promover políticas públicas e educação continuada para pessoas que são portadoras de algum tipo de patologia, crônica, rara ou pontual, na busca de garantias de direitos e acessos aos cuidados, tanto no conhecimento quanto no tratamento para assegurar qualidade de vida.

Nesse mesmo caminho, Susi Oliveira apoiou a criação de uma área de atendimento para profissionais da saúde, atuou como voluntária dentro da empresa no grupo de diversidade, equidade e inclusão racial, com objetivo de promover mudanças no ambiente de trabalho. 

No Sindusfarma, foi líder do Comitê de Equidade Racial, juntamente com Camila Leitão, no qual contribuiu para ações que possibilitem ambientes de trabalho inclusivos e com respeito à diversidade dos colaboradores.

Susi afirma que a sua jornada proporcionou amplo conhecimento, participação em muitas atividades, relacionamento com muitas pessoas e o conhecimento de muitas histórias, contribuindo para o processo pessoal e coletivo de novos aprendizados. Um destaque especial para ela é ver na prática, dentro da comunidade, a evolução positiva de um paciente em tratamento depois do apoio necessário.

A história de Susi Oliveira dá visibilidade à história de todas as mulheres negras nesse dia especial, reafirmando o nosso compromisso de contribuir para uma sociedade com princípios de equidade, onde todas as pessoas possam ser respeitadas e tenham seus direitos assegurados, livres de preconceitos ou qualquer outra forma de exclusão.

Saudamos as mulheres negras que seguem na marcha por uma sociedade livre do racismo, com um salve especial para as mulheres negras da indústria farmacêutica.


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